quarta-feira, 3 de novembro de 2010

quarta feira. 03 de novembro de 2010

Hj amanheci impregnada de preguiça e espanto o sono grudado no corpo, me sacudindo inteira. A cabeça resmunga, evapora e o travesseiro faz charme, igual o gato de botas do sherek, implorando para que eu fique só mais um pouquinho. E como não sou forte o suficiente pra ele me rendo uns míseros três minutinhos – tempo suficiente para que o sono volte e fique como poeira no meu corpo cansado, para que os olhos lutem por si fechar e o sonho, que há tempos não vem, bate a porta pedindo para entrar. Não. Não. Não! Hj não é sábado, estou apenas na metade da semana e a maldita da rotina exige o Maximo de mim. Recomeço tudo de novo, abrindo a janela e deixando o Maximo de luz entrar e sorrio, aliviada, ao sair debaixo das cobertas e sentir um clima fresco de verão, bem no meio de um começo de inverno maluco do maranhão.

Dez passadas. Olho-me no espelho, rosto amassado, ressaca de sono visível, sorriso ofuscado. Tem sido sempre assim quando acordo solitária, na minha cama minúscula. Poderia ate citar uma descoberta minha, feita há algum tempo, mas prefiro não me revelar. Não me rebelar. Mas adianto, de antemão, que talvez seja só porque não me sobre tempo para pensar. Entendendo as horas, o sono bate, o sonho não vem, o despertador toca e eu acordo, leve e saltitante para a rotina que me chama. Isso quando. O que não foi o caso. Anyway. Preciso aprender a ser mais subjetiva, já me contaram uma vez. E a ser mais direta, me contaram uma outra. Volto para o rosto deplorável no espelho e recomeço a tortura de pensamentos da noite anterior. As palavras que quero dizer e não digo, as perguntas que quero fazer e não faço e, claro, as minhas conclusões as vezes precipitadas que, quanto mais o silencio fica em torno delas, mais elas se fazem verdadeiras.
Nesse ponto volta tudo de novo. Os dentes já estão escovados, o uniforme já estar vestido e a cama está impecável. Refaço meu rosto amassado, pito-me. Quase bom, se não fossem os olhos inchados. Ensaio um sorriso e escuto a voz de Caio F., inventada, na mente: cuidado com ilusões, mocinha, profundas e enganosas feito o mar. Repito, repito, repito, ate redecorar. Feito o mar, feito  o mar, feito o mar. Sábio esse tal de Caio, penso e saio, atrasada. Apressada, como sempre. Pego uma barra de cereal, sortida, ao leu e saio pisando firme, respirando o ar. Entro no carro, Hermanos a tocar. Calma, penso. A maquiagem, logo cedo, não pode borrar.

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