sábado, 30 de outubro de 2010

Nos últimos dias foram tantas as cartas que escrevi sobre as coisas que não disse, deixando tudo assim então, não dito, não enviado.

(...) E o tempo por aqui me fez ter vontade de te contar que tem feito dias bonitos. Soube que por aí tem chovido. (...)
E eu odeio quando você está sempre certo e de como tem sempre tanta razão. Na primeira noite da minha nova/velha vida sem você, eu só consegui dormir assim: sentindo raiva de você porque mais uma vez você parecia estar certo e nós não dávamos certo mesmo, por termos aquilo que vcê chamou de incompatibilidade de gênios. Eu, com meu gênio forte, você com seu gênio difícil, ou mesmo ao contrário e ainda sim de acordo com o que somos. Odiei você por resumir a gente desse jeito, por fazer de nós apenas o casal do amor que apesar de grande não basta.
E mais uma vez então te odiei por estar jogando todo esse amor enorme fora, e por conseguir me convencer de que ele merecia mesmo ser jogado fora, porque era grande, mas não suficiente para mudar os desencontros. Me odiei pelo nosso primeiro encontro, pelo nosso primeiro beijo,  pelo nosso primeiro mês junto e por todos os outros quatro que vieram depois, por tentar ti impedir de ir embora sem  sequer te dito adeus, por te me feito chorar de dor.
Eu já farta dessa dor de amor que não dá certo, de amor pouco, de amor torto, desse meu jeito de amar que parece sempre errado, ou indiferente. Eu fui embora sentindo que meu sentimento era, pra você, indiferente. Então não me restava nada. Já não quero nada de volta. Que tudo ficasse ali para que se algum dia você quisesse, lembrar de mim. Mas não queria voltar a vê-lo, morreria com meu amor pouco, com a dor de mais um desencontro e de mais uma frustração.
Eu não disse, mas de todos, você não foi apenas o melhor. Foi também o pior. Você deixou amor e dor. Só que dessa vez muito mais forte do que qualquer outro que tenha deixado só dor. Porque eu amei você, e me senti amada, e depois então desprezada, descartada. E não sei o porquê, mas sentada na areia de frente pro mar naquele sábado a noite  eu senti, eu soube, doía diferente.

Era só tristeza nada mais. Descrença, desanimo, desgaste, ou qualquer coisa outra que comece com ‘des’ que traga o tom de despedida. Eu tentei tanto não pensar em você por todo o resto do dia do nosso fim que toda vez que me escapava à concentração na vida e no dia, ou em qualquer besteira, bobagem, você voltava transbordando meus olhos de lágrimas.
Por isso resolvi esquecer. Procurar um lugar  onde faz sol.
Hj seca eu já não sinto nada, olho  fotos, leio nossos e-mails trocados. Voltei a ouvir  Los Hermanos (que foi trilha sonora de cada conversa) que me faz pensar em você.  As mesmas coisas lindas que não existiam mais na quinta-feira de manhã. As coisas lindas que eram poucas, insuficientes, insignificantes. As coisas lindas que não eram capazes de despertar em você esperança na gente e que quando você apagou, me deixou triste mesmo por conta do vazio.
quando encontrei o sol tudo que tinha pra mostrar a ele era um coração vazio  que você deixou, ou que não deixou.
Só queria ti dizer que aqui tem feito tanto sol. E q eu tenho sentido tão pouca fé na gente. Você matou aquela que não era nem tão grande, mas que se engrandecia pelo meu amor por você. Hj o que resta é tão pouca fé em tudo o que você diz.  você conseguiu transformar tudo em mentiras pra mim, eu não vejo razão alguma ou nenhuma que seja realmente suficiente para eu pensar em voltar.
Eu me tranquei nessa casa de vida tranqüila só pra não sair novamente pra rua e me machucar por amar você. Me doeu tanto amar você que eu resolvi amar menos. Ou não amar pra não sofrer.
Eu te dei todo o meu amor, e em todas as  manhãs durante todos esses dias. Dei e ouvi de você que não bastava. Que nosso amor não bastava, quando para mim, ele é o que sempre basta, o que sempre importa.
Essa carta é mesmo pra dizer que em algum canto dessa casa ainda tem amor pra você, porque ainda tem muito amor por você dentro de mim. Mas hj não basta. Espero que os seus dias sejam mas ensolarados do que os que tem feito por aqui. Porque aqui ele tem brilhado muito...

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